segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Flores em Dezembro

Antes que todos perguntem por que você foi embora, assumirei tudo como uma parte incontrolável dos meus sintomas. Aquilo que ninguém mais explicaria, entrementes. As minúcias com as quais tivemos que lidar por tanto tempo. Filigranas incontestes daquilo que não estava nem em mim, nem em você.

Não nos perdemos por outros. Não seguimos andando por força. Aqui não poderemos dizer que fomos infelizes ou, inocentes que éramos, deixamos tudo se converter em uma ilusão funesta, cujo maior feito foi deixar uma felicidade impronunciável por tantos anos.

Aqui no fim de todas as coisas eu agradeço por estar junto. Definido folha a folha nosso testamento, definindo cada rastro de lembrança, cada feição de angustia ou gosto de boca que se nos assaltou durante esses anos todos.

Haverá uma ou duas coisas que não diremos a ninguém. Cujo segredo resguardará também nossas maiores fragilidades. Como não termos casado logo no início, como não termos trazido nas malas, aquelas flores colhidas em um dezembro, há muitos anos. J.M.N.

Trilha sonora…

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