Fedem nas manhãs em que acordo violado de bebida, as narinas cheias de acordeons e suficiência. Uma a uma me pedem abrigo. Eu dou tudo o que posso. O que devia guardar, inclusive. Estão lá, como montanhas ardilosas que me fizeram obstáculos no passar do tempo. Insuportáveis que me têm mais do que a mim mesmo. Sou delas, enfim. Ensinando e aprendendo. Lambendo os dedos pelos prazeres ofertados, pelos roubados, pelos inalcançáveis. O que querem de mim? Meu traseiro? Minha história? Querem ter esperança novamente? Eu pergunto isso com tamanha piedade e sou tachado de arenque, pervertido, um borra-botas que não teve coragem nunca de ficar. Às favas é o que eu digo. Estou com todas elas em meus cemitérios, na beirada de meus abismos. Estou colado a suas fotografias desde que os primeiros beijos surgiram e eu pude soprar-lhes um punhado das coisas doces que aprendi e faziam meu mundo melhor.
Um comentário:
O que faz meu mundo melhor?
Ler seus textos... minhas lembranças que acordam cada vez que tocas minha alma!
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