segunda-feira, 1 de abril de 2013

cinco anos e o quê mais…

O amor nasceu na linha um. E fui tocando. Semelhante a um diário, um tratado de sem sentido, o gosto impune do beijo em cada vírgula, e, nas sentenças extremas, o tratar de feridas, costurar dos tecidos infeccionados e doloridos que ficaram ou que demoravam em cair. Pouco a pouco uma forma própria se anuncia. Novo corpo de vaidades e sentidos. Engolida a peçonha do tempo e da imprudência, nasce um furor como aquele de três décadas atrás. Um furor pelo novo, pelo nunca visto. E isso em mim foi como um banho de lavagem profunda, entre as camadas, as lâminas da consciência se afiando direto na carne. Dedicadas palavras. Palavras de cada dia e de tempos sem tempo algum. Os olhos de quem se foi, veias de quem ficou e perdeu no fim. Esse gosto de apelo na língua. Essa língua ocupada em criar a serviço da mágoa, do renascimento, da escolha, enfim, da saudade. Há quase uma era ando correndo por aqui. As letras se adiantam e como um raio destinado à catástrofe reaprendi a ver as cores do mundo, o peso das palavras, o infinito que pode ser morrer mil vezes antes acabar. J.M.N.

2 comentários:

Wagner Dias Caldeira disse...

5 anos de intensos fiar, refiar e confiar. Seríamos nós sem essas costuras que mais revelam que ocultam os nossos silêncios? Sem a escrita teríamos nos retirado do porto depois da despedida mais dolorosa? Sem escrever teríamos sido os tolos que fizeram todos acreditarem que ainda há amor e que a saudade precisa existir? Respondo: Não há paliativos, irmão, isso que nos impele a sujar as páginas brancas é irremediável. Sei que fujo, mas é desesperador pensar que não serei alcançado pelos meus acometimentos da alma. WDC

Anônimo disse...

Parabens aos corajosos que se aventuram por aqui também!Que ainda tenhamos muitos anos do Palavras de Ontem!
Abraços!

sara