É isso! Não o tenho. Ele me tem. Entre seus átrios, seu pulso, com sua forma de punho, seu soco ardente. Ele me põe na cama se estou cheio e me põe de dores se vazio. Ele me esfrega os olhos todas as manhãs e chama minha atenção à moça que passa. Em seu passo descontrolado aprendi a ser, sentir, extinguir. Aprendi que ele bate independente e suas razões, meus outros íntimos não frequentam. Ele pulsa em nome do que se lhe foi programado seja lá por quem. Se parar de chofre, a morte certa pode ser apenas mais um amor despertando. E por esses seus inventos ele me cria, me domina. Põe sua rede elétrica entre as minhas palavras e acende sem combustível a ilusão. E para que volte ao ritmo desconhecido que só a ele pertence, eu canto. Não me importa que ele me habite e nem pague o soldo. Não importa que ele se alterne e me deixe na mão. E por sua vontade crua e fértil, eu já morri mais de mil vezes, entretanto, nasci bem mais que isso. J.M.N.
Trilha sonora…
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