sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Poemas para Lembrar


Figueira da Foz

O mar lambe as lembranças
É a foz da minha saudade
Tenho a imensidão da tua costa
Acenando o que me falta

Coimbra IV

A pedra da vigília se liquefaz
O tempo passa, mas tu não
Estadia que me transforma
Por muitos anos, senão sempre
Estarás em minhas pálpebras

Jerônimos
 
Pessoa – estátua e verbo – jaz
Em sua santidade monumental
Vejo o paço, a pia, rezo no altar
O teu sagrado elucida meu silêncio
Já nem sou um homem que chora
Em minha benção, tua palavra

Santa Clara

De cima do monte
Vigias a cidade
Tuas lágrimas negras
Formulam o Mondego
Por ele descem barcos
Memórias e fados
Santificados

Sintra

Pelas mãos de Margarida fui guiado
Pelas colinas rodopiantes da cidade
No alto, um castelo nos esperava
Vi meu futuro em verde e vermelho
E soube de pronto que para lá voltava
Sem delongas ou medos, entre abraços
À pátria que amei desde aquel’dia

(J.Mattos)

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