Um céu entrecortado. Negro, sem nuvem alguma. Era o céu daqueles dias, anos atrás. Acontece que eu estava errado. Transido das dores dela e das minhas também. Já havia deixado a Sé Batista e me preparava para seguir viagem. Mais uma missão.
Quando desci a escadaria da igreja, avistei-a sozinha sob aquele céu de mau gosto. Tive medo, como Jorge, que anos antes largou tudo e foi morrer de desgosto pros lados de Ariolândia. E, como ele, escrevi minhas tristezas. A maior delas, não estás aqui.
No dia seguinte parti, como previsto.
Na terceira semana ela apareceu novamente e não pude deixar de pensar que não havia nada mais bonito de se ver, foi quando ela chegou no caminhão lotado e desceu deslumbrante como se a poeira da estrada não tivesse se ocupado dela.
A noite se condensou num negrume intenso enquanto esperava a hora certa para revelar sua dádiva. E apenas quando ela saiu do meio do povo, vestida de branco para iluminar minha fé, a segunda lua de Agosto chegou brilhante.
Talvez minhas preces tivessem sido ouvidas, enfim. J.M.N
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