Sob o molho da chuva me esparso. Sinto-me líquido, porém impenetrável. Esta força decantada das nuvens me redime. Estou completo. Agigantado. De meus dedos aguados destila-se minha essência. Encontro-me com as plantas, com as náuseas dos outros, com suas esperanças. Como água, flutuo sobre os cantos do telhado, o passado descoberto por entre as frestas. Vou-me espalhando. Acabo em lago. A chuva para e eu deitado ainda insone. Esta noite lembrarei a experiência. Contarei a ela que me dissolvi em hidrogênios. Essa noite quando abraçar minha própria esperança, o etéreo e o límpido podem não estar, mas certamente estarão minhas certezas e, dentre elas, as vontades de um mar, o amor de um porto e o vento que me espalhou como chuva pelos quatro cantos do mundo pela manhã. J.M.N.
Um comentário:
Me vestes. Sou tuas palavras.Quisera eu ser tua escolha, depósito fértil de teus escritos. Aninhada em tuas palavras e esperanças.
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