Antes do teu beijo um branco, uma revolta incontida
Diligências incertas aos confins de mim
Esbarravam na vertigem, réplica mal feita de tudo quanto era eu
E neste impreciso ocultava-me, perdia-me
Um tempo morno e sem guarida
Eu amado em pretéritos, puerpério e esquecimento
Sempre à margem de ser, sempre à mingua
E quando beijaste aconteci, violento em princípio
Morto por assim dizer no lamento, naquilo antes
Esse refeito esmerado em entregas que sou eu, teu
Partilha apenas o que é recém-nascido
Redescoberta muitíssima de ser, de caber
De aceitar e compreender
Fez-me a mim, esse de hoje, aquele beijo teu.
J.M.N.
Um comentário:
Eu realmente gostei... Sei que não sou capacitada para avaliar o que é ou não bom dentro da literatura, mas o sou para mim e, para mim, é bom. Meus parabéns.
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