quinta-feira, 27 de maio de 2010

Para ela que ficou de dormir comigo

Todas as horas que tinha para ti já foram embora. Correram do destino dos ponteiros bem antes do que eu esperava. E eu aqui. Cama arrumada. Pão e café para a manhã que seria nossa primeira. Quando não respondeste da primeira vez tive um sonho. Algo como uma grande bromélia aberta no meio de um pasto. Toda sorte de gado e bichos comendo as cercanias da flor até chegar nela. Depois veio um gosto de carne queimada. Algo como a vontade de se alimentar e nunca sentir o gosto conhecido do alimento. Intragável momento de ir sozinho escapar deste mundo para contar tranqüilidades um ao outro no silêncio de nossas salas íntimas em mirantes de acolá – o desejo sossegado de pertencer sem finais. Quando houve a desistência dos sins, a derrubada das melhores lembranças, a finitude apresentada dos cuidados noturnos, apenas ai, comecei achar que não devia mais te esperar. Que teu sono já se completara em outra parte e que nenhum de nós haveria de saber o que foi perdido. J.M.N.

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