Estar distante das tuas coisas é tão improvável. O vidro do carro deságua e me desabriga. Sinto-me deserto. Com uma tonelada de chuva sobre meus passos. Mesmo daqui de fora, enxergo belezas. No calor aquoso dos dias é que respiras. Como se fosses imune. De dentro do teu corpo saem naturezas: um cântico azul, poemas divinos. E ao andares, reformulas tuas penas, os teus passos esguios. Sigo esses passos e aprendo gentilezas. Os idiotas como eu só sabem amarguras, segredos de estrada e apartamentos. Ventura mesmo é ser amor, seguir o outro aos confins do mundo. Derivar loucuras e rir desesperado. E ter aparelhos de se reinventar. Azuis e ocres para os dias díspares. As histórias de outrem para fugas e ensinamentos. As incertezas de sempre. Dia desses reapareço e nossas dores serão bebidas. Por outros senões, exasperadas. As paixões constantes e fugidias. Deste lado, sussurra a nostalgia. Tristeza, talvez, de estar distante.
J.M.N
Um comentário:
lindo... queria realmente ter a capacidade de me expressar como você. venho sempre aqui, apenas para te ler e já considero este um dos melhores espaços da net.
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